DP 127 anos

"Um pré-sal na terra"

Candiota possui 40% da sua receita vinculada às termelétricas

Carlos Queiroz -

Embora enfrente resistência de quem defenda uma matriz limpa, o carvão continua sendo uma alternativa energética importante para a Zona Sul e que novamente está no radar do governo federal. Prova disso é que na primeira semana de agosto foi publicada uma portaria no Diário Oficial da União incluindo as termelétricas com esta fonte nos leilões de energia que serão realizados em dezembro. A última vez que isso havia ocorrido foi em 2014, quando Candiota foi contemplada com a usina Pampa Sul, que inicia sua operação em janeiro de 2019.

Para o prefeito Adriano dos Santos (PT), é uma nova oportunidade não apenas para Candiota, que possui 40% da sua receita vinculada às termelétricas. “Temos outra unidade, a Pampa II, apta a participar. Mas há também o projeto da Ouro Negro, em Pedras Altas, em processo adiantado de licenciamento. O importante é viabilizar investimentos em toda a Zona Sul”, argumenta. Atualmente com as fases A e B do seu complexo termelétrico fora de operação, Candiota gera 350 MW através da fase C e poderá dobrar essa capacidade instalada com a Pampa Sul. Já a unidade de Pedras Altas produziria sozinha até 600 MW.

Com a maior reserva de carvão mineral do país, Candiota ainda soma esforços a outros municípios para que o Estado se qualifique também como um polo carboquímico. “Temos o nosso equivalente ao pré-sal. O carvão é o petróleo na terra e podemos a partir disso ter indústrias de plásticos, gás e tantos outros derivados.” Segundo o secretário estadual de Minas e Energia, Artur Lemos, esta é uma aposta para o futuro próximo do carvão. “Temos a 15ª reserva do mundo. O governo vai ser indutor da cadeia carbonífera, seja na Região Sul ou no Baixo Jacuí”, afirmou em meados de agosto a empresários e prefeitos.

Os problemas passageiros, acredita a Azonasul
Mesmo admitindo que o momento econômico da região não é dos melhores, o presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) acredita que no médio prazo haverá uma retomada importante. “Há um aumento de produtividade no campo, os parques eólicos começam a gerar energia, o turismo também se desenvolve em municípios menores. Tudo isso nos leva a crer em um cenário positivo para os próximos anos”, aponta o prefeito de Jaguarão e presidente da entidade, Favio Telis (PMDB).

Enquanto articula com outras lideranças regionais a continuidade daquela que classifica como a principal conquista na área de infraestrutura, a BR-116, Telis diz que passa pela capacidade da população de trabalhar e criar novos empreendimentos - no campo e na cidade - a continuidade do desenvolvimento da Zona Sul. “Novas lideranças locais, o empresariado, todos são fundamentais para que o horizonte à frente nos faça ter otimismo.”

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